Estou hoje convencido que a distinção entre emoção e sentimento, a que dou tanto valor em O Sentimento de Si, não foi apenas muito útil para entender a neurofisiologia destes distintos fenómenos mas é também indispensável para compreender o alcance biológico dos sentimentos e o facto de que a experiência mental — e não apenas o respetivo substrato neural — tem, em si mesma, um papel importante a desempenhar na regulação da vida. Sem a possibilidade da experiência mental dos estados do corpo que os sentimentos nos proporcionam, não nos seria possível concentrar a atenção em certos problemas e em certas opções de resposta de modo a aceitar ou formular as melhores alternativas e de forma a rejeitar as menos boas.